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Vulcabras Azaleia, maior calçadista do país, fecha 12 fábricas na BA

Por Reginaldo Spínola
Matriz da Vulcabras Azaleia em Itapetinga, única fábrica que será mantida pela empresa na Bahia
A Vulcabras Azaleia, maior fabricante de calçados do país, anunciou o fechamento de mais 12 fábricas na Bahia, onde trabalhavam 4.000 pessoas. A decisão causou mal-estar entre os governos estadual e federal, ambos do PT.
Em 2011, a empresa de Pedro Grendene já havia demitido 8.900 funcionários em todo o país após registrar o primeiro prejuízo em 15 anos.
Na ocasião, a Bahia perdeu 6 das 18 fábricas no Estado da dona das marcas Azaleia, Olympikus e Reebok. A justificativa agora foi a mesma: a concorrência desproporcional dos produtos asiáticos.
A medida vai afetar entre 40% e 50% de todos os empregos gerados nos seis municípios afetados (Caatiba, Firmino Alves, Itambé, Itapetinga, Itororó e Macarani), provocando um “colapso na economia da região”, segundo o sindicato do setor.
Em entrevista à Folha, o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correa, disse que “o maior responsável” pela crise no setor é o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
“Eu lamento ter que falar isso, já que faço parte da base, mas é a verdade, que não posso esconder: eu credito todas essas demissões ao governo federal”, afirmou.
Segundo Correa, o ministério privilegia o setor automotivo e “falta a mesma sensibilidade” para criar barreiras aos calçados estrangeiros.
Ele afirma que o governo federal ignorou os pedidos pela criação de uma lei antidumping (dumping é a venda abaixo do preço normal no país de origem) que não fosse restrita apenas à China.
“De uma hora para a outra, os chineses começaram a mandar os tênis via Vietnã, Indonésia, Malásia. Você percebia que era uma coisa fajuta. Pedimos que a lei fosse estendida para todos os países da Ásia, para impedir essa chamada triangulação”, diz.
Em nota, a Vulcabras afirmou que vem enfrentando “sucessivos e elevados prejuízos financeiros em decorrência do aumento da competição, causado pela excessiva entrada de produtos importados a preços muito baixos”.
A partir de agora, só manterá as atividades na matriz da empresa, em Itapetinga.
Procurado, o ministro Pimentel preferiu não comentar o assunto. A Folha apurou que o governo federal entende que, ao mesmo tempo, a Bahia foi beneficiada na questão automotiva como na recente instalação da chinesa JAC Motors em Camaçari.
A assessoria do ministério diz que os pedidos para criação de barreiras comerciais são sempre analisados de maneira técnica pelo órgão.
Fonte: Folha de São Paulo
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1 Comentário

Jayr Santos 8 de dezembro de 2012 - 02:26

Lamentável a decisão da vulcabras. Tudo isso em virtude da decisão do governo federal que ignorou a proposta para criação da lei antidumping, provocando desta maneira os constantes prejuízos aos empresários brasileiros.

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